Rua Gilda Fialho

Gilda de Paula, filha de Carlos Octaviano de Paula e Frigga Tuvfesson de Paula, nasceu em São Leopoldo/RS dia 27 de julho de 1910.
Fixou residência em Marau/RS pouco tempo depois de se casar, em 24 de setembro de 1935, com o jovem médico Elpídio Fialho, natural de Guaporé/RS. Provisoriamente o casal morou no antigo casarão onde funcionavam a casa canônica e o convento.
Com apoio dos moradores, que desejavam a permanência de um médico na comunidade, Elpídio e Gilda Fialho construíram uma casa de alvenaria na Av. Barão do Rio Branco (entre a Casa Posser e a Funilaria Mistura - onde hoje localiza-se o Romani Restaurante). Tiveram quatro filhos: Carlos Alberto, Flávio Luiz, Lurdes Beatriz e Jorge Olavo.
Gilda Fialho destacava-se por estar sempre alegre e pela facilidade com que fazia amizades. Gostava de organizar almoços, jantares e reuniões para comer pinhão, jogar baralho e compor versos cômicos. Também promovia bailes memoráveis e concursos para escolha de rainhas. Cuidava de todos os detalhes... Ficou para a história o primeiro Baile de Gala de Marau, por ela organizado, que fez damas e cavalheiros usarem vestidos longos e fraques pela primeira vez.
O que mais faz Gilda Fialho ser lembrada até os dias de hoje é seu envolvimento com as artes. Ela fundou, dirigiu e acompanhou o coral feminino Santa Teresinha (que apresentava-se em ritos religiosos). Era rígida ao exigir pontualidade, união, disciplina e assiduidade mas nunca esquecia dos momentos de confraternização. Também fundou o Grupo de Amadoras Irene Valente (teatro) que, em pouco tempo, tornou-se bastante conhecido até mesmo na região. Adaptava peças de outros autores e criava suas próprias comédias. Dirigia os ensaios (em sua residência), produzia o cenário e o figurino e, às vezes, até atuava. Ficava sob sua responsabilidade, ainda, o fundo musical (tocava piano e violino)...
O marido tinha em Gilda Fialho uma fiel companheira. Ela não só atuava como cabo eleitoral na sua atividade política como também oferecia apoio aos seus pacientes. Unia-se em oração às religiosas, na capela, durante as cirurgias.
Aos 35 anos, com informações obtidas nos livros do marido, diagnosticou a doença que, em três anos, a levou à morte: câncer de mama. Submeteu-se a cirurgia em Porto Alegre/RS e a radioterapia no Rio de Janeiro/RJ e, neste período, compôs uma peça de teatro sobre o tema e um soneto, Guaviroveira, cujos versos mais significativos dizem: "E também fui derrubada: bem traiçoeira/A doença chegou: retalham-me os machados." Mantinha, mesmo doente, a alegria e a aparência sempre cuidada. Vivia cercada de gente querida. A Irmã Santina Zancanaro, aliás, adiou a entrada no convento para permanecer ao lado da amiga até o fim.
Gilda Fialho deixou um diário dedicado aos filhos, escreveu seu próprio epitáfio e escolheu as músicas para o seu funeral.
Faleceu na véspera da Páscoa de 1949 aos 38 anos.
Leva seu nome, em Marau, uma das ruas transversais à Av. Júlio Borella. Também nomeava a biblioteca que no passado existia no então Clube Liberdade.